Homenagem ao inesquecível Miguel Russowky
OS OLHOS... E OS SONHOS...
Meu quarto está deserto... A noite está fria.
Lá fora, atrás dos vidros, a garoa
seus dotes de silêncio aperfeiçoa
e esconde a solidão por companhia.
Fecho os olhos... e vejo-te em pessoa
sorrindo para mim. Ó fantasia!
Não devo abri-los, pois esta magia,
Tenho certeza, logo se esboroa.
Sonhar... supor..., de fato são benesses
que espantam, com doçura, as horas más
e funcionam, às vezes, como preces.
...E quanta coisa linda o sonho traz!?...
Pois se eu fechar os olhos, apareces,
Mas basta abri-los... (?!) sei que não estás.
Poeta, médico, humanista. Fundou o Hospital São Miguel em Joaçaba / SC onde trabalhou até os 83 anos. Participava ativamente das atividades da ALPAS 21, premiado em vários concursos e coautor em diversas coletâneas. Conhecido como ‘Poeta da Chuva’.
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Final de tarde
David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador
De uma tarde quente de verão.
O cenário é uma praça.
Praça com bancos, gangorra, balanço, caixa de areia e até lugar para os “cãezinhos” se deliciarem com suas brincadeiras com bola.
Tudo no final da tarde.
Praça cheia.
Muitos caminhando.
Outros correndo.
Todos se exercitando.
Era final de tarde.
Final de expediente.
O empresário, o estudante, o médico e as crianças.
Todos na praça.
E lá vem eles.
Quem?
O início e o fim.
Sim! O início e o fim.
Estão no meio dos caminhantes.
Um com sua mamadeira.
O outro olhando as pessoas.
Um de gorrinho na cabeça.
O outro com boné do seu time de preferência.
Um sem sapato em função do calor.
O outro com sandálias.
Um sendo empurrado pela mãe.
O outro sendo empurrado pela “cuidadora”.
Andando lado a lado.
Um olhando o outro...
Lá vem eles.
Muitos dos caminhantes, corredores ou passeadores ficam a olhá-los.
E eles pensativos nos seus “pensamentos”.
Um “olhando” o futuro.
O outro “olhando” o passado.
Como será o amanhã? Deve ser as indagações dos dois.
Os dois “preocupados”: Afinal de contas tudo é preocupação. Em qualquer momento de nossa existência.
Um perto de completar seu primeiro ano de existência.
O outro, atravessando mais de nove décadas, em baixo astral “a pensar com seus botões”.
Os dois com seus “veículos”.
Um com o “carrinho”. Carrinho com rodas pequenas. Carrinho de criança.
O outro com a “cadeira”. Cadeira de rodas, com rodas maiores do que a do carrinho de criança.
Um no início de tudo.
O outro pensando nos “finalmente”, apesar de toda a longevidade...
Os dois no final da tarde.
Os dois juntos.
Os dois a se olharem.
Os dois pensativos.
São as “retas” da vida.
Um no início.
Outro nos “finalmente”
Os dois com muita vontade. Vontade de viver...
Os dois no mesmo cenário.
Os dois na praça.
David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador
De uma tarde quente de verão.
O cenário é uma praça.
Praça com bancos, gangorra, balanço, caixa de areia e até lugar para os “cãezinhos” se deliciarem com suas brincadeiras com bola.
Tudo no final da tarde.
Praça cheia.
Muitos caminhando.
Outros correndo.
Todos se exercitando.
Era final de tarde.
Final de expediente.
O empresário, o estudante, o médico e as crianças.
Todos na praça.
E lá vem eles.
Quem?
O início e o fim.
Sim! O início e o fim.
Estão no meio dos caminhantes.
Um com sua mamadeira.
O outro olhando as pessoas.
Um de gorrinho na cabeça.
O outro com boné do seu time de preferência.
Um sem sapato em função do calor.
O outro com sandálias.
Um sendo empurrado pela mãe.
O outro sendo empurrado pela “cuidadora”.
Andando lado a lado.
Um olhando o outro...
Lá vem eles.
Muitos dos caminhantes, corredores ou passeadores ficam a olhá-los.
E eles pensativos nos seus “pensamentos”.
Um “olhando” o futuro.
O outro “olhando” o passado.
Como será o amanhã? Deve ser as indagações dos dois.
Os dois “preocupados”: Afinal de contas tudo é preocupação. Em qualquer momento de nossa existência.
Um perto de completar seu primeiro ano de existência.
O outro, atravessando mais de nove décadas, em baixo astral “a pensar com seus botões”.
Os dois com seus “veículos”.
Um com o “carrinho”. Carrinho com rodas pequenas. Carrinho de criança.
O outro com a “cadeira”. Cadeira de rodas, com rodas maiores do que a do carrinho de criança.
Um no início de tudo.
O outro pensando nos “finalmente”, apesar de toda a longevidade...
Os dois no final da tarde.
Os dois juntos.
Os dois a se olharem.
Os dois pensativos.
São as “retas” da vida.
Um no início.
Outro nos “finalmente”
Os dois com muita vontade. Vontade de viver...
Os dois no mesmo cenário.
Os dois na praça.